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terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Uma vida mais normal

Conheci um casal de professores que está a viver em Luanda há pelo menos um ano. Fomos jantar fora e verifiquei algo muito curioso em mim. Uma necessidade enorme de criar empatia e amizade com eles.
Sinto-me como um bêbedo que gosta de toda a gente, mas gosta mesmo (enquanto enrola a língua), mas mesmo.
Esta falta de socialização que estou a sofrer, faz-me perder qualquer timidez (como se eu alguma vez tivesse sido tímido) e ao mesmo tempo vejo-me a apreciar qualquer momento de lazer, por mais pequeno e insignificante que seja. Acho que devo parecer uma grávida, sou capaz de passar por três estados de humor num dia.
Desde a depressão profunda de manhã, à raiva da parte da tarde no trânsito, à boa disposição ao jantar.
Mas isto com o tempo vai melhorar, quando criar uma rede de amigos, começar a ir jogar à bola às segundas ou quintas, quando aos fins-de-semana pegar num grupo de pessoas e começarmos a explorar este país, cuja capital deprime mas o interior coloca em paz o espírito.
Já estou com melhor atitude face à minha vida aqui. Todas as pessoas, com quem tenho falado, dizem-me que no início a vida aqui é um inferno mas, lá mais para o meio, as coisas melhoram até que a tua normalidade, apesar de continuar a ser um caos aos olhos dos ocidentais, passa a ser "normal".

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