quinta-feira, 30 de outubro de 2008
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Operação stop
-Boa tarde! (diz ela)
-Boa tarde! (dizemos nós)
Vou tirando os documentos, e ela não me diz mais nada, mas começa:
- Desculpa só UEH! Eu sou a outra, também mereço ser feliz. Oh meu senhorEH!! Ai, ai, ai.... (a senhora polícia cantava a nova música de Matias Damásio, "A outra")
Até que lhe entrego os documentos todos, do carro e os meus.
-Este documento está fora do prazo. Vais ter de ligar para a tua empresa.
E eu digo, na pura da descontração e num perfeito sotaque angolano:
-Xé!! Ninguém me vai atender!!
Ela:
- Então o carro vai ficar aqui apreendido.
Eu:
-Então fica já aqui e vamos a pé para casa. O carro nem é meu!
Ela não diz nada e faz outra pergunta, olhando para a minha carta:
-Há quanto tempo entraste cá?
Eu:
-Aterrei a 9 de Agosto. (tinha sido a 1)
Ela:
-Pode seguir!
Eu:
-Mas como faço para resolver a questão dos documentos do carro?
Ela:
-É ir ao registo e fazer a inspecção!!
Eu e a Rita:
-Obrigado e boa tarde!!
Pensámos nós: -Querias gasosa não era? Nada!! Que estes pulas são pobres...
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Esta dama é de ferro, tem treino militar e qualquer dia entro na cozinha sem ela reparar e ao colocar o meu braço no ombro dela, perante o susto, a reacção da Indira será prostrar-me contra o armário.
Mas não é mulata!!!
:( :(
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Divagar
Em África, entre o pôr-do-sol e a escuridão da noite, encontramos a paz. Não lhe quero chamar apenas paz porque é redutor demais e porque o sentimento é indescritível e engole-nos completamente.
Sabem a sensação de estar perante uma obra de arte que nos pasma? É semelhante a esse sentimento, chego mesmo a ficar zonzo pela euforia silenciosa que me percorre o corpo.
É nesta África que eu gostaria de viver e criar os meus filhos, para que eles aprendessem o valor da vida natural e não material.
Já o fiz uma vez! Já consegui presenciar a tradição oral africana à volta de uma fogueira onde os animais são feiticeiros e onde os elementos da terra são controlados por seres ilusórios.
A única coisa que deixámos como colonos foi a língua (a única coisa que não sofre contestação por ter sido boa), o que permite que os contos ou lendas (acreditem que estas são palavras ocidentais demais para descrever o que vos falo) sejam moldados às palavras do povo e não às palavras do tradutor. Porque essa tradição do conto à volta da fogueira não pode ser escrita pois não se passam os cheiros, os sons e a emoção de quem conta, para além do contador merecer por nós uma admiração que o mistifica como personagem narrador indissociável da lenda.
Volto a dizer que nessa África eu sonho viver, mas nesta onde estou não...