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sábado, 12 de julho de 2008

Home is where the heart is

Depois de muito tempo sem escrever nada eis que me apeteceu voltar aqui, a este lugar L.
Quando iniciei este blog, a minha ideia era desabafar a minha má adaptação a Luanda, era descarregar as frustações do dia-a-dia angolano, era, no fundo, mostrar que as saudades de outro lugar L (Lisboa) eram ainda mais fortes, exactamente por estar em Luanda.
Pensava e sentia eu que jamais me adaptaria ao caos luandino (ou luandense), mas verifico agora que estou redondamente enganado.
Estou no lugar L que me viu nascer (Lisboa), no lugar onde fiz amigos de infância, onde fiz e terminei amores, onde passeei a pé e de carro e de transportes, e onde me apaixonei por uma cidade. Lamento, mas aquilo que eu tinha como adquirido (o meu amor incondicional por Lisboa e o meu desgosto de viver a 9000 km daqui) foi alterado para um estado desconfortável (aquele estado que o Variações cantava).
Cheguei a Luanda com o espírito de emigrante português impregnado no cérebro, aquele saudosismo que nos leva a Portugal perante qualquer imagem, perante qualquer som familiar. E acabei por sair de Luanda com vontade de dar um saltinho a Lisboa, banhar-me na civilização de cá, ver entes queridos (os quais não visitava muitas vezes quando vivia cá), mas ir logo a correr para a selva luandina e para o paraíso angolano da terra infindável.
Agora não sei quando ou se volto (fruto da chamada competência angolana), mas também sinto que já não sei onde é a minha casa.
Amigos angolanos! Acreditem quero voltar.
Amor! Tu mais tarde ou mais cedo irias para lá.
Família! Já era tempo de sair da toca.
Estas três últimas frases eram o meu lema quando eu tinha a certeza que voltaria, agora esse lema mudou...