Páginas

sábado, 25 de maio de 2013

De volta!

Hoje a minha primeira manhã de volta a Portugal teve esta paisagem...

sexta-feira, 24 de maio de 2013

E agora algo completamente diferente...

O que é que uma porta de elevador de um prédio em Luanda tem haver com o programa do Aleixo?
Para além do facto de ser um programa que muitas vezes não funciona (na esfera do entendimento cómico da coisa) e do elevador deste prédio não funcionar há mais de 30 anos...



Vejam...


Passei pela porta deste elevador dezenas de vezes, até que se fez clic na parte que aglomera a estupidez e parvoíce toda no meu cérebro:
-Erasmu Gil... Ah! O DJ. Renato Alexandre esteve aqui...

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Burberry's táxi

Os taxistas (kandongueiros) vão do 8 ao 80, desde a carrinha mais podre e mais torta que vos possa aparecer à frente, até à Hiace (lê-se Iásse) a brilhar e imaculada, cheia de cromados e leds.
Algumas têm ecrâns enormes lá dentro, outras o vidro de trás é um plástico roto colado com fita-cola na mala. Há de tudo.
Deixo-vos umas das melhores criações, uma Iásse da Burberry. Reparem no padrão na parte de baixo da carroçaria, é digno de qualquer lenço da marca britânica. Se fizerem zoom também conseguem vislumbrar uma lista de marcas de alta-costura na parte de baixo da janela do motorista.
Já me esquecia, por duas vezes vi um Kandongueiro com uma bandeira da Southern Confederation, ao estilo do General Lee dos Dukes of Hazard, mas não consegui tirar-lhe nenhuma foto...





segunda-feira, 20 de maio de 2013

Um casamento num Centro-Comercial

Espero que consigam ver esta imagem. E o que se passa aqui?
O que se passa aqui é uma sessão de fotografias de um casamento numa das entradas do Belas Shopping (o maior centro-comercial de Angola). Também é possível ver sessões fotográficas de casamentos angolanos nas rotundas de Luanda ou na Marginal (pessoalmente julgo ser o melhor local).
A falta de espaços verdes na cidade leva a que as pessoas tomem medidas extremas... Ou então pode ser uma certa falta de bom gosto, mas isto já sou eu a ser mauzinho! 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sou emigranteeeee! Emigranteeeee!

A minha recente condição de emigrante, pouco me tem transtornado desde que regressei a Luanda. Talvez por este ambiente não ser novo para mim, talvez por não estar sozinho e talvez porque a alternativa a vir para aqui há muito que não me preenchia. Mas há alguns exemplos de como o "espírito" emigrante se manifesta em pequenos detalhes do meu dia-a-dia:

-As músicas portuguesas de bandas portuguesas parecem ter muito mais significado e qualidade! Ornatos Violeta, Deolinda, Xutos e Pontapé, Clã, Capitão Fausto, Camané, entre outros, têm letras que me levam a sentir aquela coisa muito tuga da saudade.

-Quando os meus pais me ligam e o tom de voz é sempre de preocupação do outro lado e a nossa voz tem de ser sempre de grande segurança deste lado. A família faz muita falta a um gajo.

-As más notícias de Portugal deixam-nos tristes e revoltados, enquanto que a minha atitude em Portugal era mais de um conformismo que me deixava dormente, tal a necessidade de me obrigar a dizer "deixa andar".

-Há também vários momentos ao longo do dia em que me lembro de passar por locais que nem sequer têm significado nenhum. Tipo a rotunda no Poço Bispo com a estátua de homenagem aos arquitectos da cidade de Lisboa, ou o trecho da Nacional 10 de Santa Iria à Póvoa de Santa iria. Quando um gajo sente saudades de passar no Poço Bispo o que se há de dizer da sua condição mental...

Isto são tudo manifestações próprias de quem sente falta das pessoas, do seu país, da sua cidade (Lisboa) e do seu quotidiano nele. Claro que não vou deixar crescer o bigode (se bem que já estive mais longe), comprar uns cães de loiça, desenhar o símbolo da FPF na porta da mala do meu carro ou ir a concertos do Tony Carreira.

Mas sabem uma coisa? A condição de emigrante aqui é mais fácil do que aquilo que possa parecer. A maior dificuldade é a distância a que se está de Portugal e o preço da viagem, porque o facto de todos os dias encontrarmos dezenas de pessoas na mesma situação, funciona de alguma maneira como conforto, já que partilhamos quase todos os mesmo transtornos. Uns mais que outros...






terça-feira, 14 de maio de 2013

Congelador e água quente

Temos uma empregada de seu nome Marcelina.
A Marcelina responde sempre sim ou EH!EH! a qualquer coisa que se lhe diga, tem quase 40 anos de idade, é uma senhora simples e tenho quase a certeza que é a primeira vez que é empregada doméstica.
No segundo dia em nossa casa, enquanto lavava a loiça, perguntei-lhe:
Eu
-Então Marcelina tudo bem?
Ela
-Eh! Sim!

Silêncio...
Ela
-Esta água é muito quente! Não dá pa lavar a loiça!
Eu
-Não dá, então mete-se já água mais fria. Estás a ver é só rodar esta parte de cima.
Ela
-EH!EH! (atenção esta onomatopeia não é representativa de riso)

Outro episódio que se passou aconteceu com a troca de frigoríficos:
Eu
-Marcelina este frigorífico novo já pode ser usado. Troca tudo o que está dentro do mais velho para este se faz favor!
Ela
-EH! EH!

Quando cheguei ao fim do dia, abri uma porta do frigorífico e estava tudo bem. Abri a porta do congelador e encontrei lá, já bastante congelado, umas latas de coca-cola, umas garrafas de cerveja, um jarro de compota, um jarro com azeitonas, um jarro com tremoços, uma embalagem de margarina e a restante comida que normalmente deve estar no congelador.
No dia a seguir acabei por falar com ela:
Eu
-Marcelina então congelaste estes mambos todos. Coca-cola, cerveja, azeitona, doce e manteiga!?
Ela
-EH!EH! (sempre com o mesmo timbre)

Desde este acontecimento que sempre que lhe peço alguma coisa, peço-lhe que ela repita o que eu acabei de dizer, é que se eu falar em português normal ela não entende. Esperem! Entende sim pelo menos quando falamos de dinheiro, como por exemplo:
Eu
-Marcelina não consigo ir aí a tempo de te dar dinheiro para o táxi assim só to dou na segunda-feira!

Ela
-Mas eu preciso para comprar água, e tenho de fazer compras para a casa...

Lá fui eu a correr para casa, para lhe pagar.

Estádio dos Coqueiros


Não! Não se trata de um suicídio colectivo, é apenas uma bancada de um estádio que nem se dá por ele.

O Estádio dos Coqueiros é casa de vários clubes de Luanda. Neste dia jogava o Kabuscorp do Palanca com o 1º de maio de Benguela.

Esta estrutura passa despercebida de tal forma no meio da cidade, que só se dá por ela quando há jogo e o público está empoleirado na última bancada.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Digam lá outra vez: Windeck! Windeck! Windeck


sexta-feira, 10 de maio de 2013

A cidade mais cara do mundo


Pediram-me 220 mil Dólares por este pedaço de terreno no Bairro Azul, um dos bairros mais calmos de Luanda.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Em angolano:

Ilha diz-se Ilía

Óleo diz-se Ólho

Família diz-se Familha

e por aí fora....
Tanto de belo como de grande

 O Delta do Rio Kwanza




A estrada principal para a Quiçama

Jipalo - A doença da traição

Saímos de casa em direcção à cidade e vínhamos a ouvir rádio, dava o programa "Mito ou Verdade" na LAC (Luanda Antena Comercial).
Em pleno século 21 a questão que se impunha neste programa era:
-A doença Jipalo (ou será Gipalo ou Gipahlo, não sei) que ataca as crianças bebés, é Mito ou Verdade.

Pára tudo, pensei eu:
-O que é isso do Jipalo?

Responde o locutor:
-Jipalo é a doença que os "mais velhos" dizem que os bebés apanham devido ao pai ou mãe namorarem fora do casamento. As crianças ficam com febres altas e muita diarreia. Vamos em directo para a rua com a nossa repórter.

Reporter:
-Hoje estamos no bairro da Maianga para procurar saber se as pessoas consideram que o Jipalo é "mito ou verdade".

Durante uns 10 minutos houve pessoal que dizia que era verdade "porque já tinha acontecido com um amigo", outros que diziam que era mentira e outros que diziam que era verdade "porque os mais velhos diziam que era verdade", e outros que diziam "Ah Sei! Aquela doença que faz com que os bebés tenham diarreias a cheirar a ovo podre".

Mais 10 minutos de entrevistas na rua com pessoas que diziam que a culpa era das mulheres por irem namorar fora "e a diarreia e a febre era mais forte", outros diziam que era culpa do homem e que bastava "ele tomar banho antes de pegar no bebé"

Entretanto o Locutor começa a receber chamadas, até que recebe a chamada de um rapaz que diz que é verdade e o porquê:

-É verdade sim! A minha mãe trata esses casos todos os dias!!

Locutor: -E será possível falar com a sua mãe?

Rapaz: -Eh! Acho que sim ela está na cozinha!

Locutor: -Então passe-lhe a chamada!

O rapaz abafa o telefone e ouve-se, "maããããããããããe tão aqui na rádio a falar sobe jipalo e quê, o senhor quer falar contigo!"

Locutor:-Boa noite a senhora trata casos de jipalo?

Senhora: -É sim!

Locutor: -E como é que trata?

Senhora: Quando essas miúdas ou homens estão casados mas andam aí a namorar, o bebé fica muito doente. Então tem de se fazer um tratamento de erva de jipalo. É só ir no mercado e pedir nas zungueiras. Depois faz-se um chá mas a mãe não pode tocar no bebé durante uma semana.

Entretanto cheguei ao meu destino e incrédulo desliguei o rádio e fui à minha vida