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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Xau 2013

O ano de 2013 foi marcado por uma série de acontecimentos que posso considerar negativos. Mas como eu sou um optimista por natureza não acho que tenha sido um mau ano, apesar de estar aqui em pulgas para que ele acabe.

-Foi o ano em que emigrei.

-Foi o ano em que não passei um único aniversário com os meus pais ou irmãos.

-Foi o ano em que tive o meu primeiro acidente de moto mais a sério.

-Foi o ano em que tive 4 meses longe da minha "dama".

-Foi o ano em que tive de dizer adeus à minha casa arrendada.

-Foi o ano em que dei o meu Golfinho verde ao meu irmão.

-Foi o ano em que passei o Natal fora de Portugal.

-Foi o ano em que o meu sobrinho, a minha "dama" e, mais recentemente, o meu pai se aleijaram estupidamente.

-Foi o ano em que mais vezes estive doente.

-Foi o ano em que faltei mais vezes ao trabalho.

-Foi o ano em que perdi o meu iphone e o Samsung da minha "dama".

-E foi o ano em que me afastei de grandes amigos devido à distância.

Do lado positivo:

-Foi o ano em emigrei e arranjei um emprego com melhores perspectivas e com melhor salário.

-Foi o ano em que vivi apenas um mês de frio.

-Foi o ano em que fui a Barcelona pedir em casamento a minha "dama" e ela disse que sim.

-Foi o ano em que passei quase 3 meses de férias forçadas em Portugal.

-Foi o ano em que finalmente comecei a juntar dinheiro.

-Foi o ano em que dei mais valor à minha cidade, Lisboa.

-E foi o ano em que me juntei com grandes amigos graças a ter emigrado.

Resumindo
Foi um ano estranho com um série de pequenos acontecimentos que fizeram dele um ano com algum azar, mas que no geral face aos meus objectivos pessoais, foi bom.

Só espero que 2014 seja melhor e que a TAP baixe os preços da viagens de Luanda para Lisboa e vice-versa.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Cenas soltas



-O Natal este ano vai ser no calor. Aliás já fui mais vezes à praia em Dezembro deste ano do que em toda a minha vida.

-Acho que por Portugal está um calor esquisito que faz as pessoas usarem casacos e coisas assim, por aqui têm estado dias muito quentes, misturados com dias de chuva.

-Nesta imagem podem ver o calçadão de que falava no post em baixo (imagem roubada de http://justacrossthepond.com/tag/christmas-trees/).

-O nosso grupo de amigos vai iniciar uma nova espécie de tráfico, o tráfico de pinhões. Um pacote de 100g aqui custa 2000AKZ (cerca de 15€). Por esta razão formámos uma cosa nostra de pinhões, sempre que alguém for a Portugal tem de trazer um pacote ou dois (muito útil para a massa com pesto que o Gambacuba gosta de fazer).

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

MONTHLAG

No caminho que faço todos os dias para casa, passo por um calçadão. Nome dado a uma espécie de rotunda oval onde as pessoas encontram-se para fazer exercício, conviver, etc...
É mesmo neste local, situado no meio da estrada da Samba, que colocaram uma árvore de Natal do estilo da que existiu no Terreiro do Paço, há uns anos, mas mais pequena.
Isto de ver enfeites de Natal sem frio, sem o cheiro a lareira no ar, cria uma patologia que eu vou denominar por MONTHLAG.

À semelhança daquilo que as pessoas sofrem com o Jetlag, o Monthlag provoca no organismo dos seus portadores um desfasamento temporal:
Não sinto que seja época natalícia porque está calor.
Não sinto que seja época natalícia porque não vejo assim tantas ruas enfeitadas, apesar de já haver muitas por aqui.
Não sinto que seja época natalícia porque em minha casa ainda não há árvore, nem enfeites.
Não sinto que seja época natalícia pois não vejo assim tanta azáfama na rua e nas lojas. Antes pelo contrário, o trânsito anda muito mais calmo, já que a cidade vai esvaziando aos poucos com as crianças que entram de férias, muitas seguindo para Portugal e outros países.
Não sinto sequer que seja Dezembro porque não sinto a época natalícia no ar.
Não sinto sequer que seja Dezembro pois falta-me o cheiro, as luzes, o clima de estar em Lisboa em Dezembro.
Não sinto sequer que seja Dezembro porque não há local onde beber um cacau quente ou capuccino, algo que só se eu fosse parvo é que beberia com o calor que faz em Luanda.
Não sinto sequer que seja Dezembro porque ainda não me constipei.
Não sinto sequer que seja Dezembro porque não ando de casaco e de cachecol.
Não sinto sequer que seja Dezembro porque já fui há praia e mergulhei no mar.
Não sinto sequer que seja Dezembro porque estou bronzeado.

Então entro neste ciclo estranho de estar na época de mas sem a viver, o que me provoca uma sensação de estar preso num ano contínuo. Este sintoma faz do Monthlag uma patologia que poderá nunca ser ultrapassada.
O Monthlag é também agravado pela falta de celebrar os aniversários da família e dos amigos que estão em Portugal.
O Monthlag é agravado porque nas redes sociais, nos jornais online e no telejornal só se fala de Inverno e de Natal e vê-se pessoas de guarda-chuva, botas e casacos.

Resumindo o Monthlag ataca sobretudo ex-cidadãos do Hemisfério Norte que passaram a viver no Hemisfério Sul. 

Pão Mole!

Já regressei a Luanda no final de Agosto e ainda não tinha passado por aqui para postar fosse o que fosse... Tenho andado sem tempo e também sem vontade!

Vou tentar entrar em grande:

Um amigo meu é engenheiro e costuma viajar pelas províncias para acompanhar algumas obras. Numa estalagem por onde pernoitou, o pequeno almoço era intragável, chá, pão duro e manteiga.

Ele armado em esperto foi falar com a rapariga:
-Xé! Não tens pão mole?

Moça:
-Nada! Só pão de ontem.

Ele:
-Vá lá arranja só pão de hoje! (pôr o enfâse no "só")

Moça:
-Queres pão de hoje?

Ele:
-YA! (já a pensar no gosto molinho de mastigar um pãozinho fresquinho)

Moça:
-Então passa cá amanhã.

BADUUUUUUUUUM TSSSSSSSSS

Estas pequenas histórias são do melhor que se leva deste país. O povo consegue dizer coisas muito engraçadas com toda a naturalidade de alguém que está a dizer algo óbvio.

sábado, 25 de maio de 2013

De volta!

Hoje a minha primeira manhã de volta a Portugal teve esta paisagem...

sexta-feira, 24 de maio de 2013

E agora algo completamente diferente...

O que é que uma porta de elevador de um prédio em Luanda tem haver com o programa do Aleixo?
Para além do facto de ser um programa que muitas vezes não funciona (na esfera do entendimento cómico da coisa) e do elevador deste prédio não funcionar há mais de 30 anos...



Vejam...


Passei pela porta deste elevador dezenas de vezes, até que se fez clic na parte que aglomera a estupidez e parvoíce toda no meu cérebro:
-Erasmu Gil... Ah! O DJ. Renato Alexandre esteve aqui...

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Burberry's táxi

Os taxistas (kandongueiros) vão do 8 ao 80, desde a carrinha mais podre e mais torta que vos possa aparecer à frente, até à Hiace (lê-se Iásse) a brilhar e imaculada, cheia de cromados e leds.
Algumas têm ecrâns enormes lá dentro, outras o vidro de trás é um plástico roto colado com fita-cola na mala. Há de tudo.
Deixo-vos umas das melhores criações, uma Iásse da Burberry. Reparem no padrão na parte de baixo da carroçaria, é digno de qualquer lenço da marca britânica. Se fizerem zoom também conseguem vislumbrar uma lista de marcas de alta-costura na parte de baixo da janela do motorista.
Já me esquecia, por duas vezes vi um Kandongueiro com uma bandeira da Southern Confederation, ao estilo do General Lee dos Dukes of Hazard, mas não consegui tirar-lhe nenhuma foto...





segunda-feira, 20 de maio de 2013

Um casamento num Centro-Comercial

Espero que consigam ver esta imagem. E o que se passa aqui?
O que se passa aqui é uma sessão de fotografias de um casamento numa das entradas do Belas Shopping (o maior centro-comercial de Angola). Também é possível ver sessões fotográficas de casamentos angolanos nas rotundas de Luanda ou na Marginal (pessoalmente julgo ser o melhor local).
A falta de espaços verdes na cidade leva a que as pessoas tomem medidas extremas... Ou então pode ser uma certa falta de bom gosto, mas isto já sou eu a ser mauzinho! 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sou emigranteeeee! Emigranteeeee!

A minha recente condição de emigrante, pouco me tem transtornado desde que regressei a Luanda. Talvez por este ambiente não ser novo para mim, talvez por não estar sozinho e talvez porque a alternativa a vir para aqui há muito que não me preenchia. Mas há alguns exemplos de como o "espírito" emigrante se manifesta em pequenos detalhes do meu dia-a-dia:

-As músicas portuguesas de bandas portuguesas parecem ter muito mais significado e qualidade! Ornatos Violeta, Deolinda, Xutos e Pontapé, Clã, Capitão Fausto, Camané, entre outros, têm letras que me levam a sentir aquela coisa muito tuga da saudade.

-Quando os meus pais me ligam e o tom de voz é sempre de preocupação do outro lado e a nossa voz tem de ser sempre de grande segurança deste lado. A família faz muita falta a um gajo.

-As más notícias de Portugal deixam-nos tristes e revoltados, enquanto que a minha atitude em Portugal era mais de um conformismo que me deixava dormente, tal a necessidade de me obrigar a dizer "deixa andar".

-Há também vários momentos ao longo do dia em que me lembro de passar por locais que nem sequer têm significado nenhum. Tipo a rotunda no Poço Bispo com a estátua de homenagem aos arquitectos da cidade de Lisboa, ou o trecho da Nacional 10 de Santa Iria à Póvoa de Santa iria. Quando um gajo sente saudades de passar no Poço Bispo o que se há de dizer da sua condição mental...

Isto são tudo manifestações próprias de quem sente falta das pessoas, do seu país, da sua cidade (Lisboa) e do seu quotidiano nele. Claro que não vou deixar crescer o bigode (se bem que já estive mais longe), comprar uns cães de loiça, desenhar o símbolo da FPF na porta da mala do meu carro ou ir a concertos do Tony Carreira.

Mas sabem uma coisa? A condição de emigrante aqui é mais fácil do que aquilo que possa parecer. A maior dificuldade é a distância a que se está de Portugal e o preço da viagem, porque o facto de todos os dias encontrarmos dezenas de pessoas na mesma situação, funciona de alguma maneira como conforto, já que partilhamos quase todos os mesmo transtornos. Uns mais que outros...






terça-feira, 14 de maio de 2013

Congelador e água quente

Temos uma empregada de seu nome Marcelina.
A Marcelina responde sempre sim ou EH!EH! a qualquer coisa que se lhe diga, tem quase 40 anos de idade, é uma senhora simples e tenho quase a certeza que é a primeira vez que é empregada doméstica.
No segundo dia em nossa casa, enquanto lavava a loiça, perguntei-lhe:
Eu
-Então Marcelina tudo bem?
Ela
-Eh! Sim!

Silêncio...
Ela
-Esta água é muito quente! Não dá pa lavar a loiça!
Eu
-Não dá, então mete-se já água mais fria. Estás a ver é só rodar esta parte de cima.
Ela
-EH!EH! (atenção esta onomatopeia não é representativa de riso)

Outro episódio que se passou aconteceu com a troca de frigoríficos:
Eu
-Marcelina este frigorífico novo já pode ser usado. Troca tudo o que está dentro do mais velho para este se faz favor!
Ela
-EH! EH!

Quando cheguei ao fim do dia, abri uma porta do frigorífico e estava tudo bem. Abri a porta do congelador e encontrei lá, já bastante congelado, umas latas de coca-cola, umas garrafas de cerveja, um jarro de compota, um jarro com azeitonas, um jarro com tremoços, uma embalagem de margarina e a restante comida que normalmente deve estar no congelador.
No dia a seguir acabei por falar com ela:
Eu
-Marcelina então congelaste estes mambos todos. Coca-cola, cerveja, azeitona, doce e manteiga!?
Ela
-EH!EH! (sempre com o mesmo timbre)

Desde este acontecimento que sempre que lhe peço alguma coisa, peço-lhe que ela repita o que eu acabei de dizer, é que se eu falar em português normal ela não entende. Esperem! Entende sim pelo menos quando falamos de dinheiro, como por exemplo:
Eu
-Marcelina não consigo ir aí a tempo de te dar dinheiro para o táxi assim só to dou na segunda-feira!

Ela
-Mas eu preciso para comprar água, e tenho de fazer compras para a casa...

Lá fui eu a correr para casa, para lhe pagar.

Estádio dos Coqueiros


Não! Não se trata de um suicídio colectivo, é apenas uma bancada de um estádio que nem se dá por ele.

O Estádio dos Coqueiros é casa de vários clubes de Luanda. Neste dia jogava o Kabuscorp do Palanca com o 1º de maio de Benguela.

Esta estrutura passa despercebida de tal forma no meio da cidade, que só se dá por ela quando há jogo e o público está empoleirado na última bancada.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Digam lá outra vez: Windeck! Windeck! Windeck


sexta-feira, 10 de maio de 2013

A cidade mais cara do mundo


Pediram-me 220 mil Dólares por este pedaço de terreno no Bairro Azul, um dos bairros mais calmos de Luanda.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Em angolano:

Ilha diz-se Ilía

Óleo diz-se Ólho

Família diz-se Familha

e por aí fora....
Tanto de belo como de grande

 O Delta do Rio Kwanza




A estrada principal para a Quiçama

Jipalo - A doença da traição

Saímos de casa em direcção à cidade e vínhamos a ouvir rádio, dava o programa "Mito ou Verdade" na LAC (Luanda Antena Comercial).
Em pleno século 21 a questão que se impunha neste programa era:
-A doença Jipalo (ou será Gipalo ou Gipahlo, não sei) que ataca as crianças bebés, é Mito ou Verdade.

Pára tudo, pensei eu:
-O que é isso do Jipalo?

Responde o locutor:
-Jipalo é a doença que os "mais velhos" dizem que os bebés apanham devido ao pai ou mãe namorarem fora do casamento. As crianças ficam com febres altas e muita diarreia. Vamos em directo para a rua com a nossa repórter.

Reporter:
-Hoje estamos no bairro da Maianga para procurar saber se as pessoas consideram que o Jipalo é "mito ou verdade".

Durante uns 10 minutos houve pessoal que dizia que era verdade "porque já tinha acontecido com um amigo", outros que diziam que era mentira e outros que diziam que era verdade "porque os mais velhos diziam que era verdade", e outros que diziam "Ah Sei! Aquela doença que faz com que os bebés tenham diarreias a cheirar a ovo podre".

Mais 10 minutos de entrevistas na rua com pessoas que diziam que a culpa era das mulheres por irem namorar fora "e a diarreia e a febre era mais forte", outros diziam que era culpa do homem e que bastava "ele tomar banho antes de pegar no bebé"

Entretanto o Locutor começa a receber chamadas, até que recebe a chamada de um rapaz que diz que é verdade e o porquê:

-É verdade sim! A minha mãe trata esses casos todos os dias!!

Locutor: -E será possível falar com a sua mãe?

Rapaz: -Eh! Acho que sim ela está na cozinha!

Locutor: -Então passe-lhe a chamada!

O rapaz abafa o telefone e ouve-se, "maããããããããããe tão aqui na rádio a falar sobe jipalo e quê, o senhor quer falar contigo!"

Locutor:-Boa noite a senhora trata casos de jipalo?

Senhora: -É sim!

Locutor: -E como é que trata?

Senhora: Quando essas miúdas ou homens estão casados mas andam aí a namorar, o bebé fica muito doente. Então tem de se fazer um tratamento de erva de jipalo. É só ir no mercado e pedir nas zungueiras. Depois faz-se um chá mas a mãe não pode tocar no bebé durante uma semana.

Entretanto cheguei ao meu destino e incrédulo desliguei o rádio e fui à minha vida

quinta-feira, 7 de março de 2013

O trânsito! Sempre o Trânsito!



Estar em Luanda é estar numa das cidades com o pior trânsito do mundo. O trânsito é tão mau, tão mau que  é se calhar o factor mais influente na adaptação a esta cidade.

-É o trânsito que nos obriga a levantar pouco depois do sol nascer (senão antes).
 Como podem ver pela foto são 6:36 da manhã e o volume de tráfego é enorme. Nesta estrada a caminho do aeroporto vinda do Rocha Pinto existem 3 faixas, por vezes 4, mas neste excerto há apenas 3 faixas assinaladas. E o que temos aqui?
5 filas de trânsito!!!
Mas o dia começou há 40 minutos???

-É o trânsito que influencia a renda dos imóveis. Quanto mais longe da cidade, mais barato e por vezes a diferença resume-se a 3 km. Passo a explicar:
No início de Talatona, ou na zona circundante ao Belas Shopping, um apartamento T3 num condomínio fechado pode ser arrendado a partir dos 4500/5000 USD.
Cerca de 3 km mais à frente em direcção ao Bairro Nova Vida, em frente ao Mundo verde, arrendas um apartamento semelhante num condomínio fechado por 3000USD. Se formos 1 km em direcção a Benfica, lado oposto ao Nova Vida, então aí o mesmo apartamento num condomínio fechado fica pelos 1500/2000 USD.
A diferença são 2 a 3 horas perdidas de sono por dia, para quem fica em Benfica e trabalhe em Luanda. Para quem more mais para os lados do Mundo Verde, é cerca de uma hora perdida em comparação  com quem vive em Talatona.
No fim-de-semana a situação tende a piorar para quem vive para os lados de Benfica e quer ir a Luanda. Quem viva para os lados do Mundo Verde a diferença diminui para quem vive em Talatona.

-É o trânsito que obriga famílias inteiras a logísticas esgotantes para deixar cada membro da família no sítio devido.

-Principalmente, é o trânsito que testa o estofo de cada recém-chegado para se adaptar a uma rotina onde falta luz, falta água, falta limpeza nas ruas mas congestionamentos não faltam a qualquer dia, a qualquer hora.


sexta-feira, 1 de março de 2013

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Liamba strike

Fui comprar tabaco para a minha namorada levar, aqui o volume custa 1500/1800 Kwanzas (cerca de 12/15 €), sem sair do carro chamei um moço e pedi a marca Lucky Strike:

Eu:
-Tem Lucky strike aí?
Zungueiro 1:
-Quê!! Não Entendo?
Eu:
-Lucky Strike (como se repetir um nome que ele não conhece lhe fosse explicar o que era).
Zungueiro 1:
-Só tem Marlboro Vermelho e Amarelo!!
Eu:
-Quero dois volumes.

Ele dá-me um volume e vai buscar o segundo sem receber dinheiro. É assim! Mesmo um vendedor clandestino na rua, confia nos seus clientes desconhecidos.
Nisto chega-se um outro Zungueiro e diz:
-Lucky Strike é tabaco?
Eu:
-Ya é tabaco!
Zungueiro 2:
-Porque se quiseres outra coisa mais natural eu arranjo!!

O Jika garantiu-me material de boa qualidade sempre que eu quiser.
Fiquei muito descansado porque nunca se sabe quando posso ter Glaucoma ou outra doença que necessite de marijuana medicinal...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Agarra que é estrangeiro!!!

Viajando de motinha de casa para o trabalho e do trabalho para casa, sou um alvo fácil da polícia.
Já fui mandado parar mais vezes em 3 semanas aqui em Luanda do que no ano passado todo em Portugal, há varias razões para que isso aconteça. Passo a enumerá-las:

1-A maior parte das pessoas que anda de moto aqui não tem carta.
2-Muitas motos não têm documentos nem matrícula.
3-A maioria dos assaltos são perpetrados por indigentes em "motos rápidas*" (até parece um título do Angolense).
4-O meu tom claro de pele indicia que sou estrangeiro, a melhor forma de confirmar é pedir-me os documentos.

Desta forma sou incomodado várias vezes mas como tenho os documentos todos, não tenho problemas. No entanto hoje tive um pequeno acontecimento.
Pela primeira vez na minha vida não parei após ordem do Polícia. É que estava atrasado, tinha acabado de sair de casa há 5 minutos e ainda por cima deixei os documentos da moto em casa.
Diálogo no meu cérebro:
-Estúpido pá!!! Sem documentos ou pagas ou  a moto é apreendida.
-É pá vou disfarçar que não o vi!!!
-Bom isto não vai funcionar ele esta a bufar no apito com força e está quase no meio da estrada.
-Caga nisso eu estou de óculos escuros, é praticamente como se estivesse invisível.

Acelerei a minha "moto rápida" e bazei mas ainda deu para ouvir o polícia a rir-se:
-Xé pára só!! Olha esse gajo. He!He!He!

Safei-me de boa pelo menos por enquanto, é que tenho um capacete dourado e tenho matrícula na moto. Há partida eles não ligam a isso, ou "penteiam-me*" no sítio ou então não se dão ao trabalho. É o que me dizem.
Mas vocês acreditam que o facto de andar de óculos escuros diminuiu bastante as vezes que sou mandado parar? A sério! Comecei a utilizá-los ontem e durante o dia de ontem não fui mandado parar, um verdadeiro recorde desde que comecei a andar de moto.

*Jargão:
"Moto rápida" não é uma moto que dá 300km/h, nem sequer é uma moto que vai dos 0 aos 100 em 2 segundos. Uma "moto rápida" é uma "acelera".
"Pentear" é quando um polícia não te passa multa mas chega a um acordo contigo (tom bastante irónico).

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

DE VOLTA!!

Olá! Estou de volta a Luanda!

Já cheguei há umas semanas mas só agora tive tempo para escrever qualquer coisa. Aviso já que a Patalógika não me vai acompanhar nesta nova etapa em Angola.

A minha análise actual é:
-Está tudo na mesma por cá mas está tudo diferente.
Got the message?