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segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Sem noite

A noite de aqui não convida a ficar acordado, é escura, não tem pessoas na rua e mesmo o calor que se sente, não é suficiente para convidar a passear.
Lá estou eu com a minha visão demasiado ocidental. Então e nos musseques onde há os churrasquinhos à beira da estrada, a música constante na rua, as luzes dos kadongueiros de um lado para o outro, isso é muita agitação ou não?
Pronto, ok, eu não me divirto assim. Falta-me o cafezinho depois do jantar com os amigos ou namorada até à meia-noite. Falta-me não ter de fazer uma ginástica mental enorme para sair de casa de noite, porque as ruas são perigosas desde os loucos que andam na estrada (muitos em contra-mão) aos buracos no asfalto.
Há discotecas, há bares mas não sei explicar sinto-me fora do meu elemento. Espero que esta sensação mude brevemente, porque nunca fui de me prender e aqui parece que tenho de estar preso.
Mas a sério, não tomem a minha opinião como vossa, pois a primeira vez que estive cá adorei esta bandalheira.

1 comentário:

Patalógika disse...

Como sou a tua companheira de estadia em Angola sou muito suspeita naquilo que vou dizer, mas lá vai: É certo que temos passado algumas dificuldades e que a noite e o dia parecem que nos consomem e que temos de estar sempre atentos. Talvez para muitos o que estamos a viver seja quase parecido a um pesadelo, mas lembra-te isto é apenas uma passagem, um ponto a acrescentar na nossa carreira de jornalistas é uma aventura que um dia podemos lembrar juntamente daqueles que gostamos. Eu gosto desta terra, eu bebi a "àgua do bengo" ou seja eu enfeiticei-me....Sei que é dificil, mas também sei que é aqui que vou crescer, mesmo que fique pouco tempo ou uma vida interia é aqui que me vou encontrar porque lá em Portugal, algures num dia perdi-me... Tenho motivação para estar aqui, eu sei!!! Mas não deixa de ser dificil e acredita IRMÃO que se não fosses tu isto estaria impossível. Obrigada, sinceramente, por seres quem és.