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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Ainda antes das eleições

Meus caros

As eleições estão aí à porta o ambiente ainda é calmo. Quer dizer nota-se nas pessoas alguma agitação, ansiedade, não sei bem se porque vão votar, se pelo simples facto, de na quinta ser dia de reflexão (logo ninguém trabalha) e sexta o dia “D” (logo ninguém trabalha) ou mesmo porque está a chegar o dia das 3/50. E perguntam os leitores o que é o dia das 3/ 50? Na sexta-feira, diz-se por aí, que um certo partido cede 3 cervejas a 50 kwanzas (cerca de 50 cêntimos), logo é o dia da bebedeira.
Seja qual for a resposta o certo é que começa haver movimentação, as eleições são uma coisa única que há 16 anos não existia. Ninguém sabe o que vai acontecer, mas toda a gente dá palpites….

Para os que não sabem lá vai um pouco de História política de Angola, coisa pouca mas já dá para perceber:
As últimas eleições deram-se em 1992. Estas levaram a conflitos aquando o principal partido de oposição, UNITA, rejeitou os resultados alegando que estes eram fraudulentos e afirmando que MPLA (Partido no poder) sabotou. Aí começou a Guerra Civil que só terminou em 2002 com a morte de Savimbi.
Agora estão a concorrer dez partidos políticos e quatro coligações, num total de 5.198 candidatos. Estão inscritos para votar cerca de 8,3 milhões de eleitores em 12400 assembleias de voto. Estão em disputa 220 lugares na Assembleia Nacional de Angola para um mandato de quatro anos. Em 2009 estão previstas as eleições presidenciais.

Bom, com esta pequena retrospectiva, é fácil entender que Angola vive uma reminiscência. Toda a gente sabe que nada vai acontecer, mas se perguntarmos a alguém na rua que viveu a guerra, ela diz que está confiante, mas não quer nem pensar em viver um conflito. Por isso acrescenta “ é melhor ficarem os que já lá estão, pode ser que assim acabem o que começaram a fazer”.
Muitos podem pensar isso é medo, isso é ditadura….. Enfim. Mas só aqui e percebendo como é África como a politica funciona e como temos de deixar as nossas convicções, é que entendemos que não é porque nós vivemos no nosso mundo “pseudo livre” que Angola vai passar a agir como nós. Esquece.

Nas ruas os jovens, agora desocupados, bebem e festejam e gritam pelo partido que lhes oferece t-shirts. Os confrontos que possam existir estão na base destas festanças, que entre bebidas sai um ferido. É certo que o presidente mandou aumentar o policiamento, que os assaltos diminuíram, mas………………… Angola está mais segura??? Não sei.

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