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terça-feira, 5 de agosto de 2008

De volta a kaluanda

Eu tinha razão e o Variações é o maior. Agora estou aqui e tenho tanta vontade de estar aqui como de um tiro na cabeça.
Será que sou daquele tipo de pessoas que gosta da adversidade e de a superar para mostrar algo a si próprio. Acho que sim...
Por muito que as partes boas daqui sejam de descontracção, as más são de extrema resignação. Vens para mudar mas és barrado pela mentalidade instituída, e depois adormeces e cais nas práticas deles.
Aqui o "deixa andar" é bem pior. Aqui o "logo se vê" dita o destino. Aqui o "não tem maka" é lei.
Acreditem que isto de que vos falo está directamente relacionado com o que faço, pois outras pessoas fazem outras coisas e sofrem com isto, mas não adormecem.
Dizem vocês então muda, ao que eu respondo: Para onde?
Vocês: Tanto sítio, nem precisavas de sair de casa.
Eu: Desculpem mas gosto de ver se a relva da vizinha é mais verde que a minha.

Faz três dias desde que cheguei e esta cidade está igual, um pouco mais caótica com mais obras (como se isso fosse possível) e com a campanha eleitoral a assustar o ocidental mais incauto.
São os autocarros e os kandongueiros cheios de malta a sair das janelas, em tronco nu e a bater na chapa das viaturas, ou simplesmente grupos de gente a pé, a cantarem não se sabe bem o quê com um tom bastante efusivo. Assusta porque nos faz lembrar outros cenários que descambaram em guerra. Mas aqui dizem-nos que isso é impossível.
Esperemos que sim... Pelo sim pelo não, vou encomendar o meu colete a dizer PRESS...

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