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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

É perto... São só 1800 km.



Neste lugar L os dias começam sempre mal, seja por causa do trânsito, seja porque as saudades nos tiram ânimo. Mas nem tudo é mau, graças ao facto de estar neste lugar L foi possível, no fim-de-semana, fazer mais uma viagem daquelas que ficam para contar-mos aos nossos netos.
Não sei se já vos disse mas a 50 km de Luanda, estamos no paraíso. Praias infindáveis, estradas sem ninguém, só paisagem e calor.
No dia 2 de Fevereiro, às 4 da manhã, partimos de Ramiro, a 36 km de Luanda, para o Lubango a 1800 km de distância. Fomos munidos de vontade, sandes, água, Coca Cola e de um Landcruiser bem equipado. Aliás sem este transporte se calhar teríamos ficado pelo caminho.
Viajar por Angola é algo que implica muita concentração, cuidado e experiência (obrigado Nelson, nome de código November, pelo cuidado). Na estrada todos andam como loucos, há buracos à espreita em todo o lado e muitas estradas são, digamos, uma amálgama de crateras polvilhada com pedaços de estrada. O que é bem pior de que uma picada (termo utilizado para definir uma estrada sem alcatrão).
Nesta viagem descobrimos porque razão quando perguntamos a um angolano se tal sítio fica longe, ele responde sempre que é perto. Realmente este país é enorme, 3600 km dá para percorrer Portugal de uma ponta à outra quase três vezes e ainda voltar a trás a meio caminho se me tiver esquecido de alguma coisa em Faro. Pois, está claro que se algo ficar a 15 km de distância, irás ouvir de um angolano que tal local fica já ali.
Quase no final da viagem demos por nós a dizer que já estávamos a chegar, isto quando faltavam duas horas e meia de caminho. Basicamente era como se tivéssemos acabado de sair do Porto em direcção a Lisboa, é esta a comparação que posso fazer.
Vale a pena visitar Angola, se este país não fosse tão rico em recursos naturais de certeza que seria um local de turismo por excelência. Isto para não falar nas milhares de pessoas que sairam daqui durante os tempos mais conturbados, e de certeza que gostariam de revisitar os locais onde viveram. Sobre isto vou deixar a Pablo falar, é que foi por causa dela que fizemos 3600 km em três dias, sendo que um deles foi passado no Lubango, mais própriamente na Escola de Regentes Agricola do Tchinviguiro.

1 comentário:

Patalógika disse...

Obrigada Camarada

Por me teres acompanhado e por teres filmado um relato muito importante para mim e para a minha família. Irei falar mais tarde sobre isso, até lá...... KALIMAMBO (espero que seja assim que se escreva)